23 de mai. de 2012

Desculpa moço - Capítulo 2



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Os pássaros passeavam no céu dourado,e a tarde caía esvaecida nos braços da lua.Silencio em toda parte.A floresta sussurrava discretamente uma brisa misteriosa,que resfriava os corações fumegantes.Apenas um coração batia de maneira distinta naquele entardecer.E cada badalada era seguida de uma lágrima honesta,que corria na face juvenil caindo no solo,umedecendo a terra seca.Passou a mão nos olhos,tentando cessar as lágrimas.O coração gemia em um grito sufocante,um grito desesperado que corta a alma de um modo tão profundo que a voz falha,desiste de entoar esse martírio.Cada palavra lindamente escrita.Cada digital ali deixada,era tudo que havia sobrado dela.Olhou o horizonte azulado,era noite.As estrelas foram raptadas e apenas uma lua tímida atrevia-se a iluminar o céu desanuviado.Seus pés estagnados naquele chão surdo mantinham-se imóveis e dormentes.Não conseguia sair dali.Há horas estava de pé a ler aquela carta devastadora e bela.As palavras tem o poder de mudar o mundo,disse ele em pensamentos.Mas algo o chamava para dentro do casebre.Lembrou-se da recomendação da moça que desejava uma lareira para esquentar suas palavras.Ele pôs a carta na mesa.Os olhos flamejantes como a fogueira.Esmiuçando cada chama que queimava diante dos seus olhos.Pensando como seria a vida se não houvesse tanto medo em seu coração.As lágrimas ficaram no alpendre,regando as flores moribundas de seu jardim solitário.Ali não havia espaço para outra xícara de café.Sempre fora acostumado com o silêncio.Com uma vida solitária que afastava as pessoas do seu chalé recluso.Somente ela conseguiu a façanha de penetrar aquele mundo tão circunspecto.Somente ela com aquele sorriso estrelado de quem sabe extrair o perfume das flores.Mas agora estava tudo acabado.Da maneira mais fria e esmagadora.Ele não esquecia,e não queria deixar de recordar daquela moça.De vestidinho branco correndo na relva de uma manhã primaveril.Aqueles olhos esverdeados que refletiam o sol em cada piscada.Os cabelos esvoaçantes correndo com o vento que soprava naquele rosto terno uma brisa reconfortante.Ela sorria,com os olhos,com a boca,com o corpo,com tudo que podia ser dela.Ela respirava a alegria,chorava as tristezas,expirava tudo de mais belo da vida sem precisar usar máscaras.
Fechou os olhos e recordou do último dia que passaram juntos.Nunca houve um só dia que não pensasse naquele memorável dia.Era feriado e os dois caminhavam mansamente no bosque.O vestido lilás caia perfeitamente no corpo delgado da moça,e lhe trazia um ar tão pacífico que nem as flores estavam tão meigas como ela.Ele a olhava timidamente e os dedos se tocavam distraídos.O mesmo sentimento ardia caloroso no coração dos dois.Mas ele não queria arriscar.Achava-se austero demais para cortejá-la.Desconhecia os sentimentos da moça.Achava erroneamente que ela só estava sendo simpática,e não percebia que aqueles olhares sorridentes eram de amor,e não de afeição.Despediram-se sem cerimônias.Apenas um beijo no rosto para selar aquele instante eterno.Eterno em suas mentes,nos devaneios mais íntimos de suas almas apaixonadas.E aquela fora a despedida.Como ela poderia pensar que não a veria mais?que aquele abraço mal encontrado foi um pedido de socorro daquela menina tão amada pelo seu coração.Estava cego.O orgulho embaçou seus olhos e o fez ignorar aquela alma que o amava profundamente.Mas era tarde,seria tarde demais?
Despertou daquele pensamento longínquo.E surpreso observou no verso da carta um endereço.E uma luz aventurou-se em acender um clarão na escuridão de outrora.E viu um futuro sendo reconstruído aonde não havia mais esperança.O trem havia partido há horas e ele achou que havia perdido sua moça para sempre.Errado,ela era realmente esperta.E amava-o de tal forma que deu uma segunda chance para que ele mudasse aquela história.Uma carta.Ele escreveria uma carta.Não havia ousadia suficiente para deixar tudo e ir a procura dela.Não naquele momento,não naquela circunstancia.O coração ainda respirava um egoísmo tímido mas existente.Ele escreveria uma carta e esperaria uma resposta.Se ela ainda o queria ele faria de tudo para encontrá-la.E com os olhos emocionados começou a carta que mudaria seu coração soberbo para todo o sempre.
{ Amigos,cá estou com o segundo momento dessa história tão terna e doce.Com brandura escrevi cada linha que compõe esse texto tão íntimo tão singular.Com ínfima alegria lhes dou cada instante,cada piscar discreto desse moço que se apresente diante dos olhos me lêem.Gostaria de saber a opinião de vocês,meus leitores atentos,sobre esse rapaz que é tão amado pela nossa personagem principal,a moça.Aceito suas opiniões e críticas,tudo convém para aqueles que sabem abstrair o essencial de cada conceito.Um suave beijo e um abraço amigo para todos vocês,amém.

3 comentários:

Pedacinhos de mim disse...

Sempre que venho aqui me deslumbro com as palavras, com o sentimento que colocas nelas de uma forma tão bonita, tão apaixonante. Muito obrigado pelo carinho que deixas no meu cantinho, sabe sempre bem ler os teus comentários. Um Beijo grande no coração :)*

Desa disse...

eu quero bis!! rsrs gostei da atitude q ele vai tomar..sua descrição é perfeita prima! espero ler logo essa carta *-*

Anônimo disse...

Tammy, maravilhoso o seu modo de escrever essa linda história. Você fez uma observação importante. O que achamos desse rapaz. Eu nem tinha pensado nisso. Na condição de leitor do século XXI eu já queria que desse tudo certo, se casassem, fossem felizes e tivessem muitos filhos e netos, mas... vou dar minha opinião:
Eu acredito que seja uma pessoa tímida, mas muito bem intencionada. Aparenta ser um adolescente, todavia pode ser mais velho porque quando a gente realmente ama (ou acha que ama) uma pessoa a gente acaba por cair em uma pequena insegurança para se declarar. Sempre pensamos que a outra pessoa está suportando a gente porque é simpática e educada, que ela é assim com todo o mundo e eu é que estou enxergando coisas a mais. Enfim, o rapaz parece ser um ótimo partido para a moça e aos poucos vai amadurecer essa certeza.
Muito linda a sua cabecinha por bolar essa estória ou história!
Beijo com carinho
Manoel