5 de abr. de 2014

Desalento.

Era mais fácil acreditar que você não estava bem. Era mais aceitável para os meus nervos, imaginar sua face lânguida no meio da tarde, os olhos despidos de alegria e uma tristeza a corroer suas encostas. Era, até perceber que você seguiu em frente. A face que para mim devia estar nauseante e solitária estava em verdade livre, alegre e disposta a outra aventura amorosa. A dor chegou mansa, pacata, diria, civilizada. Pela primeira vez me senti inteiramente solitária. Vi que somente eu padecia de lonjuras. E que seu peito agora arfava por ares livres de qualquer lembrança. Doeu, e ainda lateja. Uma dor que se acomete quando encosto os olhos na infinitude do acaso. A velha dor que acompanha o caminho daqueles que acreditaram no amor. Amor? Não seria esse uma contínua tentativa de alcançar o eterno? Falhei em cada uma delas. Ruir é tentar chegar ao topo sem escadas, faz parte, mas ninguém está pronto. Não estou como queria estar, mas isso não importa. Por hoje eu mascaro a dor com um belo sorvete de chocolate, com livros, com passeios, com os meus devaneios. Mas ninguém quer sabe se você está bem.Num minuto tudo está no lugar e de repente você se encontra em encharcada, cheia de dores e de silêncios. E isso é tudo que tenho para contar por hoje. O amor que eu aprendi a doar, simplesmente teve que ser interrompido porque isso depende de tanta coisa. Amar é algo que se faz junto, e agora estou só. Não importa se você tem pena dessa solidão que se acomete, não importa, nem eu me importo com isso. Eu sou feita de retalhos, e hoje eu só queria ficar quieta enquanto a chuva dorme no solo, enquanto a alma grita calada por socorro. E a esperança dorme no quintal. Apenas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindoooooooo *-*

Bianca Ferreira disse...

Lindo texto, lindo o teu blog amei já estou seguindo ^^

Blog novo http://kawaii-e-fashion.blogspot.com

Beijocas ^^